A coluna Vendôme original, erguida por ordem de Napoleão I, inaugurada em 1810 para comemorar a vitória na Batalha de Austerlitz, ocupando o lugar do monumento à Luís XIV, que havia disso destruído em 1792. Inspirada na famosa coluna de Trajano de Roma, tem 44,3 metros de altura e 3,60 metros de diâmetro. Seu fuste, ou núcleo, construído com 98 tambores de pedra, foi revestido com um baixo-relevo helicoidal composto por 425 placas de bronze que, se fossem alinhadas alcançariam 280 metros. As placas mostram cenas de batalhas da campanha de guerra, foram fundidas com o bronze dos canhões tomados aos russos e austríacos em Austerlitz e mais de 30 escultores foram selecionados para executá-las.
No alto da coluna havia uma estátua de Napoleão vestido à maneira de César, o imperador romano, que foi retirada em 1814 e fundida. Durante a Monarchie de Juillet, Monarquia de Julho, outra escultura de Napoleão, obra de Charles
Émile Seurre, foi colocada no ápice em 1833, na presença do rei Louis-Philippe. Como era costume, lamentavelmente, monumentos e esculturas eram destruídos ou substituídos ao sabor das circunstâncias políticas. Em 1863, durante o Segundo Império, por ordem de Napoleão III uma cópia da primeira escultura, executada por Auguste Dumont, foi colocada no lugar.
Em 1871, durante o período revolucionário da Comuna de Paris, primeiro governo operário da história, um decreto determinou que a coluna fosse derrubada: "A Comuna de Paris, considerando que a Coluna de Vendôme é um monumento bárbaro, símbolo da força bruta e da falsa glória, uma afirmação do militarismo, a negação do direito internacional, um permanente insulto dos vencedores aos vencidos, um perpétuo ataque a um dos três grandes princípios da República Francesa, a fraternidade, decreta: A coluna de Vendôme será demolida".
Em 16 de maio de 1871, diante de uma grande multidão, a coluna foi derrubada. Entre os insurgentes que participaram estava o célebre pintor Gustave Courbet, iniciador do realismo na pintura francesa. Após o aniquilamento da Comuna de Paris pelas tropas de Louis Adolphe Thiers (mais de 20 mil communards foram mortos durante a “semana sangrenta”), as placas de bronze foram recuperadas e a coluna foi inteiramente remontada.
Por ser a figura mais notória a participar do episódio, ainda que tivesse defendido a ideia de preservar a coluna em outro lugar, Gustave Courbet foi acusado, julgado e condenado a pagar os custos da reconstrução. Não tendo recursos para tanto o genial artista decidiu fugir e se exilou na Suíça, onde viveu isolado e triste até sua morte. Em 1873 a escultura de Dumont foi restaurada e novamente colocada no topo da coluna.