A Église du Dôme foi construída por ordem de Luis XIV, para uso exclusivo da família real, junto ao complexo de edifícios conhecido como Les Invalides e está acoplada a outro edifício religioso, a Cathédral Saint-Louis–des–Invalides, da qual está separada apenas por uma divisória de vidro. A obra teve início em 1691 e deve o nome à sua admirável cúpula, ou domo. Inaugurada em agosto de 1706, permitia que o rei e os soldados pudessem assistir às mesmas missas sem entrar pelos mesmos acessos. O monarca e a família real tinham acesso pela rica entrada da capela real do Dôme, enquanto os soldados passavam pela porta da Église Saint-Louis, no pátio principal.
A igreja do Domo Ela foi construída com uma planta em forma de cruz grega, inserida num perímetro quadrado. Uma enorme cúpola se ergue no cruzamento das naves e nos ângulos foram construídas capelas cilíndricas. O conjunto apresenta estabilidade e solidez, graças a uma composição baseada em volumes geométricos simples, como o cubo, o cilindo e a esfera. A fachada, inserida num retângulo, têm dois níveis. No primeiro há uma série de colunas dóricas e, no segundo, colunas coríntias. O conjunto é encimado por um pequeno frontão e a fachada pode ser considerada de dimensões modestas, tendo em vista a altura do edifício. Mas impressiona a harmonia e o equilibio final entre os volumes.
O arquiteto Jules Hardouin-Mansart (1646-1708) se inspirou na Basilica de São Pedro, em Roma, para a construção da igreja e do domo, obra finalizada em 1708 e desde então tida como um dos grandes marcos da arquitetura Barroca da França. A grande cúpula externa esconde duas menores, superpostas, que geram um cenário vertical com dois planos em profundidade. A decoração é riquíssima, com relevos dourados e numerosas pinturas religiosas executadas por Jean Jouvenet e uma imensa composição de Charles de la Fosse.
No século XIX a igreja foi adaptada e transformada em mausoléu. Desde 1861, sob a cúpola, numa cripta circular, repousam os restos de Napoleão, colocados no interior de um sarcófago de quartzito vermelho, desenhado pelo arquiteto Louis Visconti. Desde então o edifício deixou de servir ao culto católico.