Instalada de frente para ponte Saint-Michel, na fronteira entre o Quartier Latin e Saint-Germain-des-Prés, a fonte Saint-Michel foi construída durante o reinado de Napoleão III por determinação do prefeito de Paris, barão de Haussmann.
Essa esquina não é propriamente uma praça, ainda que assim seja denominada, pois não passa de uma calçada alargada na qual, ao ser traçado o boulevard Saint-Michel, um edifício ficou com uma lateral morta sem graça enfeando a perspectiva que se vê da ponte. A fonte, adossada a essa parede, teria a função de embelezar a paisagem urbana e o projeto coube ao arquiteto Gabriel Davioud, que se viu forçado adapta-lo às dimensões pouco favoráveis daquele edifício, Depois de várias ideias descartadas, escolheu-se como tema a luta do bem contra o mal: o arcanjo Michel - Miguel - aniquilando o Diabo, emoldurado num arco de triunfo, 4 colunas coríntias e quimeras aladas.
A construção começou em junho de 1858 e a praça foi inaugurada em agosto de 1860. Davidou criou uma série escalonada de bacias rasas através das quais escorre a água, que é recolhida numa grande bacia incrustrada na calçada, dando impressão de maior integração entre o monumento e o passeio.
Nove escultores participaram da obra, executando as 11 esculturas que compõe a fonte. Isto foi usado pelos críticos, alegando exagero de esculturas e falta de coerência no conjunto. Outra peculiaridade da fonte é a policromia, ou variedade de cores dos materiais utilizados: mármore vermelho da região do Languedoc nas colunas, mármore verde, pedra azul de Soignies e calcário amarelo de Saint-Yllie.
A fontaine Saint-Michel foi a última fonte a ser construída encostada num muro, tradição renascentista inaugurada no século XVII em Paris com a Fontaine Médicis, que se encontra no Jardin du Luxembourg.