A Île de Saint-Louis é fruto de uma importante operação imobiliária lançada por Luís XIII em 1614. O rei ordenou a união de duas ilhas, a Île Notre-Dame e a Île aux Vaches, (ilha das vacas) que até então pertenciam à Igreja, e a realização de benfeitorias, como a construção de uma ponte e um cais para valorizar as terras que em seguida seriam loteadas para a construção de palácios.
O nome da ilha é uma homenagem ao rei Luís IX, símbolo de devoção à Igreja Católica. Durante a Revolução Francesa a ilha passou a ser chamada "Île de la Fraternité" - reação clara aos símbolos e mitos de uma instituição que servira ardentemente ao Ancien Regime.
A ilha logo atraiu o interesse de aristocratas ricos, financistas e burgueses endinheirados que mandaram construir alguns dos mais refinados palácios que embelezam a paisagem urbana, entre eles o Hotel Lauzun e o Hotel Lambert, no Quai d' Anjou.
Desde então, com exceção de um breve período de declínio, a ilha transformou-se numa das áreas mais exclusivas e caras de Paris. No século XIX não foi mutilada pela reforma urbana de Paris levada a cabo pelo prefeito Hausmann e conseguiu manter até hoje as características originais do século XVII. Em seus palácios a ilha acolheu personagens famosos como o grande pensador Voltaire, a escritora George Sand e o pianista e compositor polonês Frédéric Chopin, o poeta Charles Baudelaire, a escultora Camille Claudel e, atualmente, o nosso Chico Buarque de Hollanda.