A Closerie des Lilas é um restaurante, brasserie e bar aberto em 1847 por François Bullier. Na época era um local de baile popular, conhecido como Bal Bullier e sua área se extendia até o outro lado da avenida, onde hoje está o CROUS (Centre régional des œuvres universitaires et scolaires de Paris), instituição pública que oferece serviços para estudantes. Uma gravura colorida de Charles Vernier (1831-1887) chamada "Closie des Lilas" mostra cena do famoso baile e um cartaz anuncia uma noitada para estudantes no dia 16 de janeiro de 1875.
No final do século XIX a Closerie, como restaurante e bar, tornou-se ponto de encontro de artistas e escritores, entre os quais Émile Zola, Cézanne, Théophile Gautier, Charles Baudelaire e os irmãos Jules e Edmond de Goncourt. Durante os primeiros anos do século XX manteve o brilho atraindo não só outras estrelas da literatura, como Paul Verlaine e Guillaume Apollinaire, e desconhecidos que se tornariam célebres revolucionários como Leon Trotsky e Vladimir Lenine, que em novembro de 1917 estariam à frente da Revolução Russa.
Entre as duas guerras mundiais, a Closerie des Lilas se reafirmou como ponto de encontro de artistas e intelectuais. A lista dos frequentadores ilustres é imensa, pois todas as celebridades que elevaram a fama de Montparnasse eram “habitués”. Em 1925, foi na terraça da Closerie que Scott Fitzgerald conseguiu que Ernest Hemingway lesse o manuscrito de sua obra prima O Grande Gatsby. Ambos faziam parte do grupo de escritores estadunudenses que viviam em Paris e passou a ser chamado, injustamente, "geração perdida".
No início de cada ano, desde 2006, se reúne na Closerie des Lilas o júri do Prêmio do Livro incorreto, honraria que procura recompensar uma obra marcada pela singularidade, liberdadade de tom e independência de espírito. O premiado de 2019 foi Rémi Soulié por seu livro Racination, editado por Pierre-Guillaume de Roux.