Le Bateau-Lavoir é o apelido que o pintor francês Max Jacob deu para uma construção de madeira situada na place Émile Goudeau. O local teve papel importante para a história da arte porque ali, no fim do século XIX, vários artistas que se tornariam célebres passaram a morar ou instalaram os seus ateliers.
A pequena praça recebeu este nome em homenagem ao cantor Émile Goudeau. Os prédios eram escuros e sujos, e nos dias de chuva, rangiam, lembrando o barulho dos pequenos barcos-lavadouros que trafegavam pelo Sena, por isso o nome.
Maxime Maufra foi o primeiro residente ilustre a se estabelecer no Bateau-Lavoir, por volta de 1890. Kees van Dongen, em 1900, e Pablo Picasso,em 190 mudaram-se para lá entre 1900 e 1904. Após 1904, chegaram outros artistas e escritores, entre eles Pierre Mac Orlan, Juan Gris, André Salmon, Pablo Gargallo, Max Jacob e Pierre Reverdy.
O local passou a reunir informalmente uma confraria de grandes artistas: Georges Braque, André Derain, Raoul Dufy, Marie Laurencin, Amedeo Modigliani, Jean-Paul Laurens, Maurice Utrillo, Jacques Lipchitz, María Blanchard, Jean Metzinger e Louis Marcoussis, além dos escritores Guillaume Apollinaire, Alfred Jarry, Jean Cocteau, Gertrude Stein, dos marchands Ambroise Vollard, Edmund Sagot, Daniel-Henry Kahnweiler e Berthe Weil. Pablo Picasso morou no Bateu-Lavoir entre 1904 e 1909 e depois manteve seu atelier até 1912. Foi aí que realizou a gravura Repas Frugal (1904) e em seguida realizou as obras do Periodo Rosa (1905–1907), indo com frequência ao circo Medrano para estudar as figuras dos arlequins e fazer croquis. No outono de 1907 ele supreendeu os amigos mostrando a tela Les Demoiselles d’Avignon, obra inaugural do movimento cubista.
Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, muitos dos artistas mudaram-se para outras áreas, principalmente para Montparnasse. Em maio de 1970 o Bateau-Lavoir foi destruido por um incêndio, mas foi restaurado pelo arquiteto Claude Charpentier e atualmente é ocupado por artistas estrangeiros.