Michel Ney, nascido na Lorena no dia 10 de janeiro de 1769, foi um importante oficial general dos exércitos franceses durante a Revolução Francesa e o Primeiro Império. Tido por Napoleão como “o bravo dos bravos”, foi elevado ao grau de marechal do Império em 1804 e a seguir agraciado duque de Elchingen (1808) e príncipe de Moskowa (1813). Lutou heroicamente em numerosas batalhas e foi ferido várias vezes.
Após a derrota na Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815, Napoleão foi deposto e enviado para a ilha de Santa Helena. Considerado como traidor pelo restaurado regime monárquico de Luís XVIII, Michel Ney foi preso no dia 3 de agosto, julgado e condenado à morte no dia 6 de dezembro.
No dia 7 de dezembro de 1815 Ney foi fuzilado ao lado da avenida do Observatório, no local em que se encontra o monumento em sua homenagem. Ele se recusou a usar uma venda e lhe foi dado o direito de dar a ordem aos soldados. Consta que disse solenemente: “soldados, quando eu der a ordem para disparar, mirem no meu coração. Aguardem o comando. Será meu último para vocês. Eu proteso contra minha condenação. Lutei uma centena de batalhas pela França, e nem uma contra ela... Soldados, fogo!”. Ney foi sepultado no Cemitério Père Lachaise.
Luís XVIII não ousou tocar no nome do marechal Ney, que figura até hoje no Arco do Triunfo. Anos depois, em 1831, o rei Luís Felipe o reabilitou. Em 1848 o governo provisório da Segunda República Francesa decidiu homenagear o herói das guerras revolucionárias e napoleônicas erguendo um monumento no local em que foi fuzilado. A obra foi confiada ao escultor François Rude.
O primeiro estudo feito por Rude mostrava Ney quando abriu o casaco e instou o pelotão de fuzilamento a "mirar no coração". Essa pose foi julgada politicamente provocativa demais, então Rude criou uma versão mais amena, retratando Ney com a espada erguida, ordenando que seus soldados avançassem. Este obra rompeu com a tradição acadêmica, mostrando Ney em ação e com a boca aberta. O monumento foi concluído em 1853, após a queda da Segunda República e a ascensão de Napoleão III.