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Musée Rodin - Hôtel Biron

Museu dedicado ao escultor Auguste Rodin, com o famoso Pensador

imagem do Musée Rodin - Hôtel Biron - slide 1

Douglas O'Brien

O Hôtel Biron, uma joia da arquitetura do século XVIII, foi construído entre 1727 e 1737 em um parque de três hectares nas proximidades do Hôtel des Invalides. Originalmente encomendado por um fabricante de perucas que se beneficiou financeiramente do controverso "sistema de Law", o palacete foi projetado pelo arquiteto Jean Aubert, discípulo de Hardouin-Mansart. Aubert, conhecido por seu trabalho nos requintados estábulos do castelo de Chantilly, deu vida a uma obra-prima em estilo rococó ou "rocaille", que se destaca pela sua elegância ornamental. Em 1753, o maréchal de Biron adquiriu o edifício e remodelou o parque, e após passar por vários donos, o palacete quase foi demolido no início do século XX. Contudo, ao longo desse período, figuras importantes do mundo das artes, como Jean Cocteau, Henri Matisse e Isadora Duncan, alugaram partes do edifício.

Foi apenas em 1908 que o célebre escultor Auguste Rodin começou a alugar quatro salas no Hôtel Biron, que mais tarde passaria a ocupar completamente em 1911. Em um gesto que selaria a história do palácio, Rodin ofereceu ao Estado francês a totalidade de suas coleções, com a condição de que ele pudesse viver lá até sua morte e que o Hôtel Biron fosse transformado em um museu dedicado à sua obra. Com o apoio de figuras como Claude Monet, essa proposta foi aceita pelo Parlamento, e as doações foram formalizadas em 24 de dezembro de 1916. Assim, nasceu o Museu Rodin, inaugurado em 1919, dois anos após a morte do escultor.

O Museu Rodin oferece uma experiência profunda e imersiva no mundo criativo de Auguste Rodin. Localizado no próprio Hôtel Biron, que ele habitou nos últimos anos de sua vida, o museu exibe não apenas esculturas icônicas como "O Pensador" e "O Beijo", mas também desenhos, pinturas e fotografias que traçam a evolução artística do mestre. "O Pensador", com sua pose introspectiva, é um símbolo de meditação e criatividade humana, enquanto "O Beijo" capta com intensidade emocional a paixão e o romance. Ambas as obras demonstram a capacidade de Rodin de esculpir a complexidade dos sentimentos humanos através da forma.

Os jardins que rodeiam o museu são igualmente impressionantes, oferecendo um ambiente bucólico onde as esculturas de Rodin estão em harmonia com a natureza. Caminhos arborizados e espaços abertos proporcionam uma oportunidade única de contemplar as obras sob diferentes condições de luz e ângulos, criando uma conexão ainda mais intensa entre arte e ambiente.

Além da obra de Rodin, o museu abriga uma sala dedicada a Camille Claudel, sua ex-discípula e amante. Claudel foi uma artista de enorme talento e injustiçada em sua época. Em 1952, seu irmão, o poeta e diplomata Paul Claudel, doou quatro obras importantes para o museu: "Clotho", "Vertumne", as duas versões de "Idade Madura" e "Pomone". A coleção dedicada a Camille Claudel cresceu ao longo dos anos com aquisições e doações, imortalizando seu legado ao lado de Rodin. Obras como "La Valse" e "Sakountala" são testemunhos de seu gênio artístico e de uma carreira que, apesar das adversidades, brilhou com força própria.

A experiência de visitar o Museu Rodin vai além das esculturas e do próprio Hôtel Biron. O local preserva o estúdio pessoal de Rodin, onde ele passou seus últimos anos, o que oferece uma visão única de seu processo criativo. O museu também organiza exposições temporárias, palestras e workshops, proporcionando aos visitantes uma compreensão mais ampla do legado de Rodin e de outros artistas que influenciaram ou foram influenciados por ele.

Hoje, o Museu Rodin continua a atrair visitantes de todas as partes do mundo, consolidando-se como um dos mais importantes museus dedicados à escultura em Paris. Para qualquer amante da arte, uma visita ao Hôtel Biron é uma chance imperdível de mergulhar na genialidade de Rodin e desfrutar da beleza serena dos jardins que complementam perfeitamente a majestosa arquitetura do palacete do século XVIII.